Uma declaração de amor à fotografia. É com esse sentimento que André Feliciano criou um método único – envolvendo diversas técnicas seculares de diferentes momentos da história fotográfica – para recriar cenas do cotidiano, apresentadas em exposição “O Ateliê Fotográfico de André Feliciano”, na Zipper Galeria, em cartaz a partir do dia 25 de maio até 27 de julho.
A mostra é um convite para adentrar à intimidade criativa do artista: seu ateliê é transportado para o espaço da galeria. É como se o visitante passeasse pelo universo de Feliciano, onde cada objeto, cada móvel, cada rolo de filme, juntos, contam a história de um apaixonado pela fotografia.
André apresenta, em mais de 20 obras inéditas, os resultados de dois anos de pesquisa, que retratam a criação de um cotidiano fotográfico lúdico. Em cada uma delas, ressuscita a história da fotografia, desde a impressão salgada do século 19 – que é a primeira técnica de positivo e negativo da história -, o banho de platinum, o filme analógico em chapa de negativo e a impressão digital. Além disso, resgata uma tradição antiga da fotografia pintada, com aplicação de tinta óleo sobre as fotos analógicas em preto e branco.
O diferencial de Feliciano não reside apenas na técnica exímia que emprega, combinando antigas práticas com tecnologias contemporâneas, mas também na singularidade de sua abordagem. Em um campo onde poucos ousam aventurar-se, ele se destaca como um visionário que desbrava territórios inexplorados, ao criar flores, comidas e objetos como declarações de amor à fotografia.
“Cada imagem é resultado de um processo demorado, uma ligação afetuosa entre o presente e o passado, de uma forma que arte e vida se entrelaçam. Essa exposição é um retrato da minha relação de envolvimento com esse universo. É uma troca. Eu fotografo o mundo, e o mundo me fotografa de volta”, declara o artista.
Zipper Galeria – Rua Estados Unidos, 1.494, Jardim América, São Paulo.