A Zipper Galeria anuncia as exposições “Lugar de Passagem“, da artista Laura Villarosa, que estreia no dia 10 de agosto e vai até 06 de setembro, e “Motel“, mostra inédita do artista Evandro Prado, que integra o projeto do Zip’UP, voltado para receber novos artistas, nomes emergentes não representados por galerias paulistanas, e cuja abertura também ocorre em 10 de agosto e segue em exposição até o dia 7 de setembro.
“Lugar de Passagem” contempla mais de dez obras inéditas que apresentam cenários paisagísticos como se fossem observados a partir de um veículo em movimento, propondo uma analogia poética sobre a passagem do tempo e a importância de viver o presente.
A pesquisa de Laura resulta em uma combinação extremamente original de técnicas têxteis com pintura acrílica, aquarela e resina. Seu fluxo criativo é impulsionado pela espontaneidade: a artista aborda a paisagem como algo vivo e plural, criando sem esboços prévios, utilizando-se de materiais como tecidos, linhas e tintas para dar forma à volumes que revelam ambientes, territórios e locais ao ar livre.
Nesta nova série de trabalhos, Laura se inspirou em uma viagem de trem que fez de Paris a Beauville, onde reside seu filho. Durante a viagem, a artista filmou o trajeto em timelapse, capturando cenas que posteriormente serviram como inspiração para as obras que agora compõem a exposição.
Seu processo criativo envolve a reprodução de frames desses registros, transpondo-os para as telas, onde os materiais têxteis se acumulam e coexistem com pinceladas esparsas, criando um movimento contínuo que sugere transitoriedade e uma atmosfera silenciosa e sem fronteiras.
“Motel”, de Evandro Prado, reúne 15 pinturas em óleo sobre linho. Revelando o olhar crítico e mordaz do artista sobre a política e o sexo no Brasil contemporâneo, a mostra utiliza a estética das placas de estrada e anúncios americanos para criar um diálogo ácido e irônico.
Prado manipula ícones religiosos e elementos do cotidiano para propor uma crítica incisiva à sociedade atual. Na série “Motel”, ele ressignifica visualmente Brasília, retratando-a como uma Sodoma moderna, onde a corrupção e a permissividade são predominantes. Suas obras exploram temas como política, religião e mercado e instigam reflexões sobre os valores e contradições da cultura brasileira.
Em suas pinturas, Prado revisita palavras e frases familiares aos brasileiros, como “Centrão”, “imbrochável”, “toma lá da cá”, “golden shower”, “supremo”, “3 poderes”, “picanha”, “pátria amada” e “habeas corpus”. O linho, usado como tela, simboliza o céu e a terra de Brasília, enquanto as cores fortes e primárias das placas criam um contraste provocador.
Zipper Galeria – Rua Estados Unidos, 1.494, Jardim América, SP.