Aos 28 anos, a atriz Thainá Duarte está se tornando uma estrela das novas produções nacionais no estilo faroeste. Depois de atuar na série “Cangaço Novo” (2023), sucesso do Prime Video, ela estará em “Maria Bonita”, nova série do Star+ sobre a história da personagem icônica do cangaço nordestino.
“Contar histórias que se passam no Norte e Nordeste do país são oportunidades para desconstruir a imagem que o Sul e Sudeste tem dessas regiões, seja culturalmente, geograficamente, em âmbitos sociais, políticos ou ambientais, descentralizando uma ideia de Brasil, o que na minha opinião só tem a acrescentar para a população”, afirma a artista.
Em Maria Bonita, que já está em fase de pós-produção e deve ser lançada em breve, ela contracena com Isis Valverde, que protagoniza a cangaceira esposa de Lampião. “Isis é uma grande amiga e uma profissional incrível e generosa, é muito divertido contracenar com ela e aprendo vendo-a trabalhando”, conta Thainá.
“A reação do público a ‘Cangaço Novo’ mostrou como as pessoas estão sedentas por novas narrativas e personagens que fujam do esperado, ou como em ‘Maria Bonita’, que é uma personagem já conhecida, analisada e retratada de diversas maneiras, creio que o interesse do público virá pela proposta de assistir a uma nova interpretação dessa figura emblemática, fazendo com que a gente reflita nossas heranças socioculturais.”
Estar no set de filmagem com grandes nomes da televisão brasileira, no entanto, não é novidade para a atriz, que teve uma grandiosa estreia no cinema ao fazer parte do elenco do longa-metragem “Mundo Cão” (2016), no qual contracenou com Adriana Esteves, Lázaro Ramos e Babu Santana, e chegou a ser indicada ao Festival do Rio como melhor atriz coadjuvante.
Ela também interpretou Clara, em “Aruanas” (2019), que ainda teve nomes como Taís Araújo, Camila Pitanga e Leandra Leal, um sucesso de audiência do Globoplay. Na trama, sua personagem vivia um relacionamento abusivo. A obra foi ao ar durante a pandemia, em um momento de isolamento social onde os números de agressão a mulheres e violência doméstica cresceram ainda mais. Seu envolvimento com a causa foi tanto que ela chegou a criar um programa de ajuda a vítimas.
“As pessoas me procuravam para perguntar o que deveriam fazer porque haviam descoberto, a partir da personagem, que também viviam relacionamentos abusivos. Foi aí que resolvi me instruir mais sobre o assunto, criei um projeto contra violência doméstica nas redes sociais que no fim acabou arrecadando uma verba que pude destinar a um programa de auxílio direto às vítimas”, conta.
Quando questionada sobre o que a motiva a continuar no mercado apesar dos desafios, ela cita Fernanda Montenegro: “Tem uma entrevista em que ela é perguntada a sobre o que diria para um ator que está começando e responde: ‘Desista.’ E continua com ‘Se morrer porque não está fazendo isso, se adoecer, se ficar em tal desassossego que não tem como dormir, aí volte. Aí venha.’ E está aí o motivo. Eu por vezes me afastei da profissão e a falta de sossego foi tão grande por não poder traduzir parte de mim em cena, que ficou claro o motivo de continuar no mercado.”
E ela não deve desacelerar tão cedo. Estará no próximo filme do premiado cineasta Aly Muritiba, “Barba Ensopada de Sangue”, além de “Corrida dos Bichos”, de Fernando Meirelles e Ernesto Solis, uma das produções mais caras da história do cinema brasileiro, com orçamento estimado em US$ 5 milhões (cerca de R$ 25 milhões).