2023 em seus últimos suspiros e nada mais compatível com esta época do que cavar de forma saudosista o que pudemos refletir, aprender, absorver, testar, excluir e repensar durante estes 365 dias sob a óptica da moda.
De Alexandre Herchcovitch fazendo desfile no celeiro criativo de novas marcas, a tão importante e necessária Casa de Criadores, às estreias de Sabato de Sarno na Gucci e de Pharrel Williams na direção criativa da linha masculina da Louis Vuitton, e a emocionante despedida de Sarah Burton na Alexander McQueen emocionaram e foram assuntos nas rodas de fashionistas durante o ano.
E que ano para brincar de dança das cadeiras, um entra e sai nas diretorias das casas mais poderosas do velho continente movimentaram e expuseram a ainda problemática desta nossa indústria que privilegia homens, brancos e jovens, mentalidade caquética que por debaixo de slogans inclusivos ainda estão enraizados nos conglomerados business que dominam o mercado da moda.
Outra grande trend visível e de intersecção vista nas passarelas, araras e e-commerces foi a falta de ousadia – old money & quiet luxury – foram as denominações fashionistas para uma boa roupa, com bom tecido e corte, no mais clássico e atemporal da velha, porém sempre excelente alfaiataria, é a licença que os criativos precisavam para se preservarem e as vendas em tempos obscuros e de guerras que nos assombram – e que, pelo visto, tendem a se estender.
Não à toa a cor do ano que vem é tão xoxa e capenga, a tal Peach Fuzz reforça o que será, mas quem sabe algo em 2024 não repita alguns vislumbres visuais impactantes como os poucos, mais intensos que vivemos neste também. Do Pink Barbie, do Azul Burberry ou do Vermelho Hailey Bieber, estes splashs coloriram nossas timelines dando uma esperança e vida ao acinzentado, terrosinho e austero que predominava.
Um ano de muita potência nacional vimos também, da expansão da Nordestesse, dos talentos de Maurício Duarte e João Maraschin no SPFW, de Reinaldo Lourenço alta-costura, da Renaissance Tour de PatBo, José Leonilson na Neriage, do Valor Latino da Misci, e tantos, tantas e tantes que nos orgulharam e provaram que ainda há o que se criar.
CHNews também chegou neste ano, sob o comando de duas cabeças inquietas e destemidas, o projeto se consolida como a ágil comunicação necessária que a GenZ consome, mas com a seriedade e respeito que nós milênios ou antecessores fomos criados a consumir.
O que esperar? O mesmo e sem dúvidas melhor, mas para isso contamos com vocês por aqui, afinal a coletividade, colaboração e escuta seguem sempre na moda! Feliz 2024!