Anita Schwartz Galeria de Arte abre, no dia 22 de maio, das 19h às 21h, a exposição “Pinacoteca Botânica”, que tem como obra central a grande pintura inédita “Thanatos e Eros”, de Yolanda Freyre (1940), em óleo sobre lona com quase 6 metros de largura, e 1,20 m de altura, produzida entre 2022 e 2024, que transforma a galeria em uma pinacoteca botânica. A obra icônica de Yolanda é uma síntese de sua história de vida e quase 60 anos de trajetória artística.
“Ao nos apresentar a sua floresta, ela nos convida a conhecer um lugar sagrado, intimamente conectado às suas vivências”, observa a curadora Cecilia Fortes, que em torno desta obra central reuniu 27 trabalhos, alguns inéditos, que abordam a temática botânica em diferentes nuances, “cada um à sua maneira, em estilos e mídias variados”: pintura, escultura, desenho, fotografia, objeto, dos artistas Abraham Palatnik, Afonso Tostes, Bruno Vilela, Claudia Casarino, Claudia Jaguaribe, Claudia Melli, Duda Moraes, Esther Bonder, Farnese de Andrade, Fernando Lindote, Frans Krajcberg, Gabriela Machado, Maritza Caneca, Noara Quintana, Pedro Varela e Rosana Palazyan.
Considerada uma das precursoras da performance no Brasil, fez em 1974, no quintal de sua casa em Petrópolis, onde decidiu se estabelecer,“A Hortênsia e a Galinha”, um ato em homenagem aos desaparecidos políticos, como seu próprio irmão, morto pela ditadura brasileira. A importância da natureza para Yolanda – como as hortênsias, flores abundantes em Petrópolis e as montanhas – acompanham seu trabalho.
“Yolanda possui uma conexão profunda com a paisagem natural, que transborda sensibilidade. Ao nos apresentar a sua floresta, ela nos convida a conhecer um lugar sagrado, intimamente conectado às suas vivências. A história começa na década de 1970. Em frente à casa onde morou em Petrópolis. Havia uma montanha, uma presença forte da mãe natureza. Surgiu ali a primeira epifania, Yolanda observou que a montanha mudava de cor conforme a variação atmosférica e o seu estado de espírito: era roxa quando estava afetuosa e cinza quando sorria”, diz a curadora.
“Em algumas criações vemos natureza viva! Em outras, natureza morta. Há paisagens transitórias e plantas artificiais – ora o artificialismo é trazido manualmente pela artesania humana, ora com o uso da tecnologia. Há os que retratam a beleza das flores, outros abordam o futuro da mata atlântica diante da exploração predatória da natureza pelos seres humanos. Temos ainda aqueles que transformaram resquícios de floresta em insumo para as suas criações, e os que fazem alusão à temática botânica para discorrer sobre temas sociais”, completa.
Anita Schwartz Galeria de Arte – Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, Rio. Até 22 de junho de 2024.