Por que será que os tiktokers e comentaristas de moda das redes sociais almejavam tanto a saída de Virginie Viard da direção criativa da Chanel?
Com o anúncio feito quase na madrugada de ontem em Paris de que o posto mais alto da criação de uma das maisons mais famosas do mundo estaria vago, logo pipocaram diversos criadores de conteúdo comemorando a decisão e notícia. Mas qual o motivo?
Será que uma pessoa que se dedica há 30 anos dentro de uma mesma empresa não merece ser aplaudida, nem mesmo ao se despedir? Será que o fato de, nos cinco anos à frente da criação da Chanel, em vez de tentar superar seu antecessor em polêmicas ou teatralidade, ela optar pela calma, tradição e vendas a faz menos? Ou é por que não criou um produto viral ou sem sentido para gerar engajamento e ser assunto por semanas entre fashionistas e leigos?
Virginie sobreviveu a uma pandemia à frente do cargo, apresentou ao menos seis coleções anuais respeitando os códigos e diretrizes da marca, trouxe o tal do quiet luxury antes mesmo do termo ser chamada de revistas, explorou respeitosamente lugares e memórias dos dois grandes nomes da casa – Gabrielle e Karl – sempre evocando a mulher francesa e sua sofisticação natural que o mundo se espelha em moodboards para suas criações.
Fraca essa mulher não é, segurou o rojão que alguns sucessores de divos da moda não conseguiram segurar. Para os críticos ao seu trabalho, ela deu a resposta em silêncio, com os números falando por si só – 14,3% de aumento de faturamento em 2023. Sai por cima, sai como entrou!