Por Flávia Barbosa
Como diria Joao Kléber: “Para, para, para tudo! ” E veio aí a serie inspirada no clássico (e polêmico) filme “Sr. e Sra. Smith”, com Brad Pitt e Angelina Jolie.
Clássico diria, porque já faz quase 20 anos desde sua estreia, arrebatou bilheterias e fãs pelo mundo todo. Polêmico porque dizem as más línguas que Brad e Jennifer Aniston, casados na época, se separaram por conta do suposto envolvimento de Pitt e Jolie durante as filmagens, e culminou no casamento dos dois. Casamento esse que até durou por bastante tempo, casal dos sonhos, etc., etc. Mas, se você quiser assistir a série achando que é uma continuação do filme, realmente pare tudo! Graças a Deus (pelo menos na minha humilde opinião) a série só toma o filme como base mesmo.
No filme temos as superestrelas hollywoodianas, com quem não nos identificamos muito, pois os colocamos em um patamar de glória inalcançável. Já a serie nos apresenta o Sr. John Smith (Donald Glover) e a Sra. Jane Smith (Maya Erskine), com quem já nos identificamos desde o primeiro episódio. Pessoas quase reais, que poderiam ser nossos vizinhos, amigos ou conhecidos. Se o filme foca nas cenas absurdas de ação inesgotável, a série por sua vez é um verdadeiro divã de relacionamentos. Sim, pode não parecer, mas existe uma parte microromântica em mim que ficou apaixonada pelo seriado e sentiu muito quando acabou.
Ao contrário do filme que já começa com os espiões casados, mas que não sabem da profissão um do outro até serem contratados para se eliminarem, a série mostra duas pessoas desiludidas com a vida, costurando suas vulnerabilidades e inseguranças às aptidões dos dois para a vida da espionagem.
A série não conta com Glover apenas na atuação, ele também é criador e roteirista junto com Francesca Sloane. Ele busca frescor em um elemento comportamental bem atual: o matrimônio inter-racial. Ele próprio é representativo nesse caso, ao emprestar sua face ao marido John, enquanto a americana de ascendência japonesa Maya Erskine faz as vezes de Jane, a esposa misteriosa e que detesta demonstrar suas emoções. Ainda vale falar da cinematografia incrível e uma trilha sonora marcante, cortesia de David Fleming.
Outra coisa que marca a série é a participação especial de atores renomados e hypados do momento como Paul Dano, Alexander Skarsgård, Ron Perlman, Billy Campbell, Michaela Coel, Sara Paulson, John Turturro entre outros.
Curiosidade: a atriz que faz o papel de mãe do John Smith é simplesmente sua mãe na vida real: Beverly Glover. Deixei para falar no final da melhor participação especial que é tão especial que acontece em mais de um episódio: ninguém mais ninguém menos que nosso querido Wagner Moura! Fazendo o papel de um eliminador fanfarrão de Smiths. Como assim? É, parece que você vai ter que assistir essa obra prima, doce e deliciosa. Depois me conta se exagerei, se a série é boa mesmo, ou se estou (será?) só apaixonadinha.