Há algo em comum entre as marcas estreantes na NYFW deste ano: preocupação com a sustentabilidade. Segundo levantamento do Business of Fashion, há 35 marcas com foco sustentável, contra 13 que estavam no calendário da temporada de outono-inverno 2020. A semana de moda de Copenhagen é pioneira nesse sentido, com uma série de exigências que as marcas precisam cumprir no quesito sustentabilidade para que possam participar, como apresentar uma coleção sem pele e encontrar um destino para roupas de coleções anteriores que não foram vendidas.
A melhor parte é saber que o Brasil está entre os nomes que vêm fazendo a diferença por uma moda mais responsável, e vem sendo notado por isso. A label brasileira de upcycling Ventana, da estilista catarinense Gabrielle Piloto, estreou na semana de moda de Nova York na sexta-feira (08.09) , como parte da iniciativa da multimarcas Flying Solo, que abre espaço para novos designers. Focada no reaproveitamento de peças de segunda mão, retalhos e materias que seriam descartados, a marca incentiva uma moda cíclica e trabalha ativamente para reduzir o lixo têxtil.
Outro nome que carrega herança brasileira é a Mirror Palais, de Marcelo Gaia, nova-iorquino de pais brasileiros, que se preocupa em reduzir sua pegada de carbono. Abaixo, conheça mais sobre as iniciativas sustentáveis dessas e de outras marcas que vêm fazendo a diferença. A marca trabalha sob encomenda, a partir das especificações de cada cliente. Ou seja, não há estoque. Para Gaia, esse método de produção, além de evitar desperdícios de fábrica, também estabelece uma conexão maior com o consumidor. “Quando a peça chega, você já criou uma relação emocional com ela e não vai simplesmente jogar fora depois de uma temporada”, pontuou em entrevista à Harper’s Bazaar.
Baseada em Nova York, a Grace Ling cria peças para uma mulher moderna, elegante e consciente. Com as técnicas de impressão 3D e imagens a partir de computação gráfica, a marca consegue calcular a quantidade de material necessária para produzir formas inéditas sem desperdício, como as silhuetas esculturais e as peças de metal pelas quais é conhecida.
Em sua estreia no calendário oficial, a Tanner Fletcher fez da passarela uma reinterpretação dos concursos de miss, focando na personalidade das modelos, seus hobbies e interesses. A marca é conhecida por pensar em uma moda genderless desde seu nascimento, desafiando os conceitos tradicionais de masculinidade e feminilidade. A dupla – a marca foi fundada por Tanner Richie e Fletcher Kasell – reaproveita e incorpora elementos vintage em suas criações, tanto de moda quanto de design, incentiva os consumidores a manter as peças por muitas temporadas e reutiliza estoque morto de coleções passadas.
A norte-americana Sami Miró transformou sua paixão por peças vintage em um negócio de sucesso com a Sami Miró Vintage, que apresentou uma coleção pela primeira vez na NYFW no sábado (data aqui), intitulada “Zero Waste” (“Desperdício Zero”, em tradução livre). Com sustentabilidade sendo um dos pilares da marca, ela trabalha com patchwork e reaproveitamento de peças vintage para transformar a forma como a moda enxerga a vida útil dos materiais. Desde sua criação em 2016, já conquistou clientes como Selena Gomez, Bella Hadid e Kendall Jenner.