O Museu de Arte Brasileira (MAB) da Faap abre, no dia 8 de março, sexta-feira, a partir de 10h, a exposição “Inefável-Ultrafino”, da artista brasileira Renata Haar. A mostra integra o projeto Mezanino Aberto, que traz exposições de jovens artistas formados pela Faap ou professores que fizeram parte da instituição. A artista apresenta- pela primeira vez em São Paulo-, cerca de 30 obras, entre vídeos, gravuras, desenhos em papel e objetos tridimensionais.
Ao entrar na faculdade de Artes Plásticas na Faap, Renata pode desenvolver suas habilidades e descobriu sua vocação. “A Faap traz uma formação muito interessante porque aprendemos todas as mídias como desenho, pintura, gravura, cerâmica. Para mim foi muito transformador desenvolver essa subjetividade”, conta a artista. No curso, ela pôde extrapolar os formatos e linguagens. “Ali pude experimentar, e foi ficando muito claro que não tinha o desejo de me especializar em uma mídia, mas aprofundar o sentido delas na minha linguagem”, conta.
Segundo o curador Luis Sandes, “o ultrafino pode, num certo sentido, ser entendido como algo da ordem do inefável ou também do transcendental. A exposição concentra obras em diversos suportes de Renata que evidenciam sua relação com as pequenas percepções, o inefável e o transcendental. A artista abre espaço ou coloca em foco ações, gestos e seres que, antes, passavam despercebidos de nossos sentidos”, afirma.
A sutileza dos traços, a maioria feitos em papel, são características da artista. “Eu gosto de brincar com limites e definições”, conta. “O material onipresente na minha obra é o papel. Eu coleciono papeis e gosto de intervir neles. Esse contato permite também um atrito, e é uma linguagem muito diferente da pintura”. Há também questões sobre temporalidade e desaparecimento ao usar o papel como principal material em suas obras.
Um dos trabalhos de destaque é a série “Leis da Eternidade”, com desenhos inacabados amassados em gesso que se transformam em esculturas. “Esses objetos são feitos a partir de desenhos falhados ou que, noutras palavras, “deram errado” e não assumem o status de obra para a artista. Ela amassa esses desenhos em papel e adiciona a eles gesso, criando espécies de pedras”, conta o curador.
Há também litografias sobre papel, como é o caso de “Espiral 2” e “Ruído branco sobre grama”, ambas criadas em 2022. As obras presentes na exposição foram feitas entre 2020 até os dias atuais. Entre os desenhos, estão “Dentro de algum lugar” (2021), “Noite” (2021), “Em algum lugar da queda de Ícaro II” (2022), “Equilíbrio” (2023), “Algumas coisas” (2022), “Poça azul” (2022), “Sonar pela de maçã”, (2023), “Em algum momento da queda de Ícaro lll” (2023).
Um dos trabalhos inéditos apresentados na exposição é o vídeo “Barco”, feito em colaboração com o irmão da artista, Caio Haar, que funciona como eixo central da exposição. Além deste, haverá outro vídeo inédito, “Sem título”, 2014, um site specific projetado no verso do portal de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que ocupa o mezanino do MAB.
MAB Faap – Rua Alagoas, 903, Higienópolis, SP. Até 28 de abril de 2024.