De 24 a 26 de outubro, Leo Lague inaugura sua primeira exposição individual em São Paulo dentro de um premiado empreendimento arquitetônico brutalista pertencente a Houssein Jarouche, a Residência Mario Masetti, projetado por Paulo Mendes da Rocha. A curadoria propõe peças de mobiliário entrelaçadas em uma experiência de forte choque visual. Em “Silver Dreams”, o designer divulga móveis desenvolvidos a partir de materiais incomuns em uma delicada fronteira entre tangível e efêmero, funcional e poético. Uma exposição de design – mais do que isso – questiona o efeito do tempo na natureza.
Matérias-primas artesanais em formas que parecem flutuar entre o real e o imaginário. Acabamentos em massa acrílica de ouro e folha de prata dão textura, mas também incorporam pedra esculpida, vidro gravado a ácido e aço oxidado em uma composição de oposição percepção/transformação. Concluída entre 1968 e 1970, a Residência Mario Masetti é um ícone da arquitetura brutalista.
Espaço cultural natural
O edifício de Paulo Mendes da Rocha se transforma em um espaço cultural natural e se destaca por seus espaços abertos fluidos quando engajados com a natureza. “Nossa intenção é garantir que essas novas visões e perspectivas sejam vistas, apreciadas e contribuam para fortalecer a Identidade Brasileira no Design Contemporâneo”, diz Houssein Jarouche, fundador do Micasa e curador do projeto.
Tanto como uma exposição de design urbano quanto como um estimulante do pensamento criativo em São Paulo, o Micasa se destaca. Na visão do designer, este é um espaço aberto para “empreendimentos que nos permitam expandir diálogos sobre o futuro, refletindo sobre linguagens contemporâneas e o valor do design como expressão da arte”.
Tem ainda a interação que é silenciosamente convidada entre o espectador e o espaço arquitetônico, onde proporção, volume e materialidade se fundem em uma narrativa… Que ultrapassa os limites do objeto, incentiva o novo design.
Para o Micasa, “é fundamental poder incentivar novos talentos e valorizar a identidade da nossa história da arquitetura e do design”, que por um longo período foi baseada exclusivamente no mobiliário moderno. A empresa também busca impulsionar a indústria brasileira trazendo designers estrangeiros para fazer o que o mercado nacional já produz fortemente.
“Buscar móveis com DNA brasileiro, mas ao mesmo tempo uma nova linguagem, uma expressão mais atual. Temos muita matéria-prima no Brasil, novos designers como Lague estão buscando novas soluções e se conectando mais com a indústria. Esses talentos estão se dedicando a acompanhar o desenvolvimento de um produto com a indústria: isso valoriza nossa indústria, que hoje tem toda a estrutura para produzir móveis com qualidade equivalente ao mobiliário internacional. Em termos de criação e produção, o Brasil está bem equilibrado com o que está acontecendo internacionalmente”, diz Jarouche.
Os designers dessa nova perspectiva estão criando móveis que podem ir para qualquer lugar do mundo – uma peça que complementa. “Por exemplo, Lague está introduzindo novos materiais e acabamentos, misturando, experimentando. Está realmente funcionando bem”, acrescenta Jarouche.