Com 18 anos de carreira, oito deles dedicados ao teatro musical, o ator Hamilton Dias chega mais uma vez aos palcos com um papel de destaque, ele vive Zé Fortes, empresário do grupo Os Paralamas do Sucesso e considerado o quarto membro da banda, em “Vital – o Musical dos Paralamas”.
Dias conta que o Zé Fortes é considerado o quarto paralama. “Assim como Herbert, Bi e Barone, ele tem uma importância enorme para construção da banda. Sendo amigo, empresário, e parte fundamental na história do grupo. Tanto o diretor Pedro Brício, como a autora da peça, Patrícia Andrade, mostram a grande importância dele nessa trajetória de 40 anos de uma das maiores bandas que temos no Brasil”, diz.
Para dar vida a Fortes, o ator passou por três dias de audições e na hora da decisão sobre a escolha de quem iria fazer o papel do empresário um impulso do ator o ajudou na decisão final. “Nos três dias de audição foram mais de 500 candidatos a 10 vagas no elenco. Foi uma das audições mais divertidas e animadas que fiz. Eu estudo, toco violão e piano desde muito novo, ainda tinha cabelos (risos). E uma das primeiras músicas que tirei no violão foi ‘Aonde quer que eu vá’, o diretor, Pedro Brício, perguntou se eu sabia tocar a música ‘Óculos’, falei que não e fui cara de pau e perguntei se poderia tocar uma das primeiras músicas que eu aprendi na vida, ele deixou e sinto que talvez esse meu impulso tenha ajudado bastante”, explica.
O intérprete do empresário da banda fez pesquisas sobre o seu personagem buscando em documentários mais características sobre Fortes. Ele conta que a banda tem documentários bem ricos e isso o ajudou bastante a entender como poderia ser o Zé Fortes. Assistiu muitas vezes aos documentários “Quatro Paralamas”, “Bios” e “O Herbert de perto”, o que o ajudou a entender a importância dele no grupo, além de tentar entender como Fortes poderia ser representado no teatro, por não ser o cara que se apresenta nos palcos. “Esse foi um grande desafio para mim. O próprio Fortes foi assistir a um ensaio da peça e tive a sorte de poder conhecê-lo um pouco melhor. Fiquei meganervoso, mas para nossa felicidade ele estava gostando da peça e ainda recebi a bênção, do próprio. Ele estendeu a mão me olhou e disse: “Boa sorte, Zé!”, me emocionei e sigo aqui com essa bênção.”
O carioca de 37 anos revela que o amor aos amigos e a felicidade em vê-los felizes é uma das características que o assemelha ao quarto paralama, além disso, ser uma pessoa que corre atrás para fazer coisas aconteceram também o aproxima do empresário da banda.
Fã desde pequeno do grupo, Dias aprendeu músicas deles ainda criança. “São tantos sucessos, acho que sou de momentos, minha favorita agora é ‘Quase um Segundo’, mas já foi ‘Uma Brasileira’, ‘Meu Erro’, ‘Cuide Bem do Seu Amor”, que aliás, canto ‘Quase um Segundo” no musical em uma versão em espanhol”, conta.
São pouco mais de oito anos no teatro musical, mas o ator já deixou uma marca forte dentro do setor e é reconhecido por seu trabalho. Como destaques de seu trabalho, ele aponta “O Jovem Frankestein”, com direção de Charles Möeler, que ele encenou em 2023 e 2024, onde fez um dos seus primeiros protagonistas no musical ao lado de Dani Calabresa e Marcelo Serrado. Dias interpretava o mostro e, para tanto, tinha que diariamente se entregar a três horas de maquiagem, além de sapatear, atuar e cantar. Perdeu 14 kg fazendo a peça. A partir desse trabalho muitas portas se abriram. Depois disso, ele viveu o Almirante Von Schreiber em “A Noviça Rebelde”. Dias destaca ainda “Céu estrelado – O musical”, de 2022, uma produção totalmente brasileira com direção de João Fonseca. “Nele fiz o personagem Jhonny e foi em um momento pós-pandemia, onde precisava trabalhar e estava recebendo tantos nãos. Esse sim foi importante demais pra minha vida”, finaliza.