Depois da baixa comercial durante os Jogos Olímpicos, as Galeries Lafayette veem suas vendas crescerem no mês de outubro, de acordo com Arthur Lemoine, diretor da divisão de vendas do grupo.
O executivo declarou que a expectativa é de que a alta – que começou logo após as Olimpíadas e Paralimpíadas, no mês de setembro, com mais movimento dentro das lojas, entre locais e turistas – se mantenha e que o grupo alcance sua meta de crescimento de 4% em 2024.
A baixa de vendas que ocorreu durante as Olimpíadas já era esperada pela empresa, que segundo Arthur Lemoine, “não foram tão terríveis”, ficando acima das expectativas em julho e “quase estáveis” em agosto.
Para o mês de setembro, Lemoine acredita que houve um encantamento pós-olímpico que aumentou as vendas, além das famosas ativações de marcas no domo do antigo prédio parisiense. Aliado a isso, eventos privados foram realizados, bem como coleções especiais foram lançadas para alavancar o comércio.
Segundo o diretor de compras do grupo, nas áreas do prédio em que houve reformas, as vendas viram um maior crescimento em comparação às demais. Como é o caso do espaço da Rolex no complexo, agora cinco vezes maior e com capacidade de uma butique convencional.
A mudança de capacidade dos usuais quiosques e pequenos pontos in-store das grifes dentro do prédio, para maiores espaços, vem para abarcar uma melhor experiência do cliente, com mais conforto e melhor amostra dos produtos à venda. A compra mais prática, em pequenos espaços e em pé, acaba chamando mais a atenção do consumo turístico em relação ao consumo dos franceses, que buscam ter uma experiência mais cômoda.
Para o aumento de vendas, o investimento no setor de beleza foi essencial. Dar espaço físico massivo para novas marcas de maquiagem, skincare, wellness e fragrâncias, principalmente as colocando como peça central do piso térreo, além do posicionamento diferenciado para marcas de beleza focando na experiência de luxo, impulsionou os números e “[…]a energia de uma loja de departamentos”, o que, segundo o diretor, torna mais diferente o apelo das galerias em relação às demais lojas de Paris.
Em um aspecto do consumo global, anteriormente quase 40% dos clientes das galerias eram chineses. Número que mudou drasticamente com a pandemia, já que, atualmente, os chineses representam 20% dos consumidores e os números são complementados por clientes dos Estados Unidos, 11% do total, além do público do Oriente Médio.
Os consumidores locais, hoje, são a maioria, contando com 40% do total. Os clientes parisienses buscam diferenciação, marcas de designers de luxo menores, mas inovadores e criativos. Mesmo não abdicando dos designers de luxo tradicionais, o apelo das grifes novas e disruptivas faz a roda girar para as Galeries Lafayette, angariando, assim, novos clientes em maior escala.
Além da ânsia pela inovação, espaços físicos de marcas nascidas no digital impulsionam a visita e a compra dos públicos mais jovens.
Ainda para esse público, outra estratégia de venda utilizada foi a de chamar a atenção para a seção de revenda de produtos, próxima da seção de marcas contemporâneas menores, fazendo brilhar os olhos dos clientes que se alinham ao comportamento de consumo secondhand.
O próximo passo para as galerias? Renovar sua estrutura comercial para liderar no segmento masculino.