As galerias Martins&Montero e Nara Roesler abrem no próximo dia 08 de junho, das 11h às 15h, a exposição panorâmica “A imaterialidade em tudo”, com 31 obras – entre pinturas, esculturas e instalações de grande escala -, que cobrem um percurso de três décadas da produção da artista nipo-brasileira Lydia Okumura (1948,
Oswaldo Cruz, São Paulo), do início dos anos 1970 ao final dos 1990. A exposição será realizada simultaneamente nas galerias Martins&Montero e Nara Roesler, e apresentará obras emblemáticas da artista, em uma homenagem aos seus mais de 50 anos de contribuição à arte. Na abertura, haverá van gratuita fazendo o percurso entre as duas
galerias. O evento marca a colaboração em torno da obra da artista entre a Martins&Monteiro, com espaços em São Paulo e Bruxelas, e Nara Roesler, sediada em São Paulo, Nova York e Rio de Janeiro.
Das obras expostas, 17 nunca foram mostradas no Brasil, e serão montadas ainda duas instalações que estavam apenas em projeto, e não haviam sido realizadas. O título da exposição é uma frase da própria artista: “Quero expressar a imaterialidade em tudo”, no texto do artista Pontogor, que acompanha a mostra.
Por mais de 50 anos, Okumura empregou a abstração geométrica para investigar a compreensão e a experiência do espaço, expandindo suas possibilidades através de forma e cor. Utilizando materiais como barbante, arame, tinta acrílica, cordões, chapas de ferro, vidro, alumínio, carvão e grafite, Okumura concebe instalações site-specific que se relacionam diretamente com a arquitetura do espaço expositivo. Nelas, planos são pintados nos cantos das paredes que se conectam por fios, resultando em formas geométricas que se projetam no campo espacial e criam a ilusão de objetos tridimensionais.
Embora a sua prática possa ser enquadrada na tradição minimalista, a op art (arte óptica) também está em jogo. Através de intervenções modestas, porém engenhosas, Okumura questiona a percepção de nossa presença corporal no ambiente.
Dada a essa relevância e status de referência, Okumura justifica um grande movimento colaborativo entre duas das mais preeminentes galerias do país, visando à expansão da sua presença no circuito nacional e internacional da arte.
Okumura faz parte de grupo de artistas, ao lado de Tomie Ohtake, Lygia Clark, Lygia Pape e Mira Schendel, que ajudaram a definir a arte conceitual como a conhecemos. Por meio de pinturas, instalações e esculturas produzidas com recursos mínimos, as obras da artista desafiam conceitos pré-concebidos de espaço. No campo da pintura e desenho, práticas adotadas a partir do início dos anos 1970, ela se mantém fiel aos seus questionamentos, e segue propondo as mesmas questões espaciais. Suas composições abstratas simulam configurações geométricas em espaços arquitetônicos, onde o uso da cor é crucial para sugerir tridimensionalidade através de variações cromáticas.
Martins&Montero – Rua Jamaica, 50, Jardim América, São Paulo.
Nara Roesler – Avenida Europa, 655, Jardim Europa, São Paulo.