Como você espera ver a evolução da indústria da moda em 2024? Essa é a pergunta que o time do CHNews fez para estilistas e empresários sobre suas expectativas deste ano que acaba de chegar. Veja as respostas:
Lino Villaventura, estilista
Espero que a industria de moda tenha uma uma conscientização mais abrangente da importância da sustentabilidade e que a identidade e qualidade de produtos seja levada mais a sério. Precisamos sempre de dar atenção e respeito ao consumidor e com a mão de obra especializada.
Taciana Veloso, empresária
Prosperando, criando oportunidades e espaço para pessoas e marcas que fazem a diferença valorizando a criatividade, o design com impacto positivo para o mundo.
Luis Claudio, empresário e diretor criativo da Apartamento 03
A indústria da moda, se não me engano é o segundo setor que mais emprega no país, ficando apenas atrás da construção civil. Eu realmente espero que o setor se concientize de sua importância, que consiga valorizar – pagar melhor sua mão de obra envolvida em todas as camadas. Espero muito que marcas que tenham pessoas racializadas recebam a visibilidade que merecem e que os investimentos que só chegam ao fashion-White-people também abracem os criadores negros e indígenas desse país.
Tânia Otranto, empresária
Vejo a integração do design com a tecnologia, mas com olhar para o reuso e para um consumo mais consciente.
Rafaella Caniello, diretora criativa da Neriage e empresária
Acho essa pergunta bem complexa porque o mundo está passando por diversas mudanças climáticas, políticas e econômicas. E indústria da moda engloba inúmeros setores, então são milhões de respostas possíveis. Mas respondendo sobre o setor que eu trabalho e desenvolvo minha produção, que é mercado de luxo em pequena escala, esperava ver um maior investimento no setor de insumos do brasil – tecelagens, aviamentos.
O Brasil tem um enorme potencial de produzir novas fibras, novos tecidos, ser pioneiro em diversos projetos de sustentabilidade e inovação. Acho que é o que mais falta aqui para termos uma indústria mais forte, uma criação mais focada em matérias primas nacionais e como um todo fortalecer nosso mercado. Com isso quem sabe o brasileiro passa a valorizar o produto nacional como valoriza o europeu.
Gabriela Silvarolli, diretora de marketing e comercial da Corello
Acredito que a evolução do mercado se dará a partir do consumidor, que está cada vez mais exigente, buscando marcas reais e saber o que está por trás das peças que compra. Com isso, as marcas precisarão se movimentar para atender este público, a partir de práticas mais transparentes e um processo produtivo mais responsável, criando essa confiança com o consumidor.
Daniela Falcão, fundadora do Nordestesse
Com toda a urgência e calamidade climática que estamos vivendo, espero que a indústria da moda avance em passos largos em direção a uma moda que contribua para desacelerar esse processo. Torço por uma moda que trabalhe para diminuir o desperdício através de iniciativas de upcycling e uso consciente, não apenas reutilizando o que seria desperdiçado, mas que realmente haja menos descarte por parte das indústrias.
Já podemos ver trabalhos assim atualmente, como o da Trama Afetiva, um dos grandes destaques do Brasil Eco Fashion Week. Esse tipo de evento, inclusive, tem tudo para continuar crescendo em paralelo à pauta sustentável e quero estar acompanhando de perto esse desenvolvimento junto do Nordestesse. 2024 vai ser uma revolução. Os caminhos já estão ali, as marcas estão caminhando por eles. Não é sobre deixar de consumir, não é sobre deixar de fazer moda, é sobre ser uma indústria responsável com o planeta e com as pessoas.
Uma outra aposta para esse ano é que estamos em um momento de valorizar o que é nosso, sobretudo o que é feito à mão, contrário ao fast fashion. O handmade não só permite que o consumidor use peças únicas e autorais, como também, pelo próprio caráter desse tipo de produção, auxilia no movimento de controlar essa indústria frenética do fast fashion. A ascensão de marcas que prezam pela manualidade, como Ateliê Mão de Mãe e Foz, mostram muito esse caminho.
Lilly Sarti, empresária e diretora criativa da Lilly Sarti Brand
Olhando para 2024, mesmo diante de um cenário global cheio de incertezas, análises de mercado apontam um crescimento na indústria. Compartilhamos esse mesmo sentimento, sempre atentos às mudanças de hábitos do consumidor e às novas tecnologias cada vez mais presentes em toda a cadeia da moda, tudo com uma boa dose de otimismo e resiliência.
Carol Bassi, empresária da Carol Bassi Brand
Espero que em 2024 a moda continue em seu caminho criativo e colaborativo, propondo ideias inovadoras e trazer o uso da tecnologia para unir funcionalidade, design e conforto. Também quero ver a moda brasileira ainda mais em destaque mostrando a potência da nossa cultura. Para a minha marca CB, quero estar mais perto deste processo de expansão do qual tenho aprendido muito. Que 2024 a gente possa ampliar nosso ecossistema para alcançar novos e revolucionários voos.
Carolina Neves, designer de joias
Acredito cada vez mais que o cliente busca uma motivação emocional nos itens de moda que utiliza, além da possibilidade de poder usar mais as peças. Já se foi o tempo em que as pessoas compravam uma joia para usar uma única vez e depois deixar dentro da caixa por meses. O consumidor mudou e a forma de consumir mudou junto. Hoje a gente vê que a clientes querem usar as joias sempre e de diversas maneiras diferentes, então é necessário pensar na joia como algo a mais: como uma peça que não se acabe junto com a tendência do momento.