Nenhuma despedida é fácil. É triste – ou inconsolável – neste caso em que se tem tanto amor envolvido. Sarah Burton nos presenteia em sua despedida da direção criativa da Alexander McQueen, após mais de treze anos, com uma rosa. Parece até piada, hoje, levando em conta as lives NPC hits da rede vizinha, mas no auge dos seus quase 50 anos, ao menos 30 dedicados à moda, Sarah fez história, que deixaria Alexander extremamente orgulhoso e feliz.
Mente criativa por de trás do vestido de casamento do século – Kate Middleton, para quem não tinha nascido – ela reverencia nesta despedida os códigos da McQueen de forma soft. As dualidades, como cheio e vazio; brilho e transparência; texturas versus liso; compõem a coleção extremamente sofisticada e elegante, como se espera de uma label inglesa.
Mas ela não para por aí: reverencia o tridimensional inovador da label, que vê a moda não só como produto, mas como lugar de experimentação e inclusão. Corpos diversos e etnias que abraçam todo o globo cruzam a passarela em looks repletos de detalhes, sejam nos bordados preciosos, rendas delicadas, franjas canutilhadas, alfaiataria precisa e corsets impecáveis em vinil e couro.
Amiga da marca de Alexander – e de Sarah também -, Naomi Campbell encerra o desfile e essa jornada nada fácil, cheia de críticas sobre o valor de uma pessoa. Sarah foi e será lembrada como braço direito de alguém, mas ninguém tirará o mérito exemplar e excelente da mente criativa e potente que esta mulher trouxe e quiçá trará para a moda. Seguiremos de olho e ansiosos pelo seu retorno. ASAP se possível!