Transitando entre os boxes e carros de corrida, uma figura feminina chama atenção comandando o maior campeonato de carros elétricos do mundo: Claudia Denni, diretora de esportes da Fórmula E, desbrava o esporte historicamente dominado por homens.
Graduada em cultura, Denni começou a carreira aos 18 anos. Apaixonada por esportes e viagens, teve a oportunidade de acompanhar uma equipe em corridas na Itália, durante a universidade. Desde então, nunca mais saiu deste universo.
Claudia não é figura isolada dentre as mulheres no automobilismo. Ações realizadas pela Fórmula E em busca da inclusão feminina no segmento reunirão mais de 1.650 meninas apaixonadas pelo esporte, que percorrerão todas as corridas ao redor do mundo, no projeto “Girls on track”.
“Era um mundo de homens, mas transformações estão à caminho. Mulheres tem papéis-chave em diversos departamentos essenciais que vão do esporte à engenharia. Defendo a igualdade de direitos entre os gêneros e espero ser parte desta evolução. Estamos preparando a próxima geração”, afirma a profissional.
Leia entrevista na íntegra:
Como você entrou no mercado de automobilismo?
A Itália é um dos países mais fortes no automobilismo e eu venho de uma família muito apaixonada pelo esporte. Eu tive sorte de ao longo da vida ter contato com muitos profissionais do ramo, até ganhar uma oportunidade neste mercado, na Scuderia Coloni. Ali tive a oportunidade de aprender o básico. Honro muito as lições que aprendi ali.
Quais foram os passos para se tornar diretora da Fórmula E?
Passei por várias competições de automóveis, como a Fórmula 2, o Super Trofeo da Lamborghini e também tive um breve contato coma Fórmula E. Depois, eu tive o prazer de conhecer o time organizador da Fórmula E e essa aproximação começou em 2018. Consegui o cargo de presidente tendo muito foco no trabalho e seguindo sempre o propósito da empresa.
Qual a importância do projeto “Girls on Track”?
Eu acho esse projeto incrível. Eu sou testemunha da evolução das mulheres no mercado de automobilismo e esse projeto está abrindo as portas para muitas jovens talentosas. O paddock da Fórmula E é um exemplo desta evolução. Encontramos ali mulheres engenheiras e mecânicas. Esperamos muito inspirar estes talentos.
Quais são as maiores dificuldades de trabalhar com um esporte tão masculino?
Claro que trabalhamos em um ambiente predominante masculino, mas eu acredito na meritocracia, sem pensar em gênero. É um trabalho árduo, claro que enfrento desafios, mas acho que a geração futura terá portas mais abertas.
Que conselho você daria às mulheres que querem entrar para o mercado de automobilismo?
É um trabalho que precisa ter paixão e força, para enfrentar desafios todos os dias. Não importa se você é homem ou mulher, se você tem apoio do seu time, o trabalho será feito. Não é um trabalho individual, é para ser feito em grupo.