Engana-se quem pensa que a meditação é sobre desligar completamente a mente – e que, se você não conseguir, falhou no processo. A técnica é muito mais sobre aprender a observar os pensamentos passarem, como se estivesse assistindo a nuvens no céu, e entender que eles não precisam te dominar. Como todos os bons instrutores de meditação sempre falam: você não é os seus pensamentos, mas a consciência que os observa.
Mas é inegável que esse processo de percepção fica mais fácil com uma ajudinha. Pelo menos para mim, nada melhor para acalmar o barulho da minha mente do que, bom, outros sons. Mas não qualquer som, é claro. É aí que entra o sound healing. Trata-se de uma sabedoria milenar, que tem registros desde as civilizações antigas em regiões como Grécia, Egito e Índia. Mais recentemente, o movimento de contracultura, forte nos Estados Unidos – especialmente na Califórnia – nas décadas de 1960 e 1970, ajudou a popularizar a experiência. Tradicionalmente, são usados instrumentos como tigelas tibetanas, gongos, tambores e flautas.
Na clínica Awake Health, em São Paulo, a terapeuta Pat Diogo usa tigelas de quartzo que emitem sons na frequência 432Hz, conhecida por gerar um efeito tranquilizante para o cérebro. A experiência promete uma revitalização profunda, diminuição da ansiedade, aumento do foco, melhora da qualidade do sono, reforço da imunidade e até alívio de dores físicas e dissolução de traumas e medos. Fui conhecer o espaço a convite da Care Natural Beauty, marca de beleza sustentável que acaba de lançar o lápis sombra Ametist – falamos mais sobre ele aqui. Mas um alerta importante: a terapia de sound healing não é recomendada para grávidas de até 12 semanas, pessoas com epilepsia ou que têm marca-passo.
A sessão dura uma hora e não vou mentir que deu tempo de fazer lista de mercado, pensar nas mensagens que eu tinha para responder acumuladas há uma semana e se o barulho dos meus pensamentos estava tão alto que talvez a pessoa do meu lado conseguia ouvir. Mas, inevitavelmente, os sons te guiam de volta para seu centro até que você para de se deixar levar pelas preocupações. Mais do que relaxar durante aquela uma hora, a sessão ajuda você a se lembrar que é capaz de repetir esse processo mental consigo mesmo, ao longo dos dias, quantas vezes for preciso, para conseguir focar no momento presente e não se perder dentro da sua própria cabeça.