Por Rodrigo Yaegashi
Hoje tudo tem de ser para já, para o agora, sem desculpas de preferência, ficar famoso ou virar hit “não é mais do que uma obrigação”, como diz o popular. Mas, no velho continente, Daniel Lee resolveu ir com calma, ser experimental, calibrar a audiência como no teatro.
Ele nunca foi muito fã das redes sociais: excluiu a Bottega Veneta do Instagram, e ela nunca mais foi vista por lá desde então.
Para sua 2ª coleção à frente da Burberry, nada mais óbvio do que dar sequência ao que Lee realmente pensa, que são em roupas bem construídas, acessórios potencialmente hit e coleções coesas.
Daniel arrasou nesta segunda apresentação. Ele trouxe o interior para o visível, e isso pode ser interpretado de diversas formas, mas deixo o meu questionamento: como alguém que saiu de uma base mais rural e foi para a “cidade grande”: o que é que se tem de base? CONEXÕES!
Sim, os elos de correntes contornam a alfaiataria clássica da label em estampas e de forma física em alças dos acessórios. Os lenços já tradicionais da maison assumem o papel do feminino com sua leveza e versatilidade nas amarrações subsequentes, assim como tiras (saídas do clássico xadrez da marca), franjas e preciosas assimetrias dão movimento às peças.
A expertise do fazer manual aparece de forma mais clara com bordados florais riquíssimos e detalhados retratando o campo interiorano almejado por Lee, que equilibra o DNA trench-coatZADO ou xadrezTIZADO de uma das casas mundiais mais icônicas sob sua óptica autêntica – e sem desejo de sobressai-la. Feito este que impõe respeito.
Veja os destaques na galeria: