No desfile da Boss em Milão, realizado em setembro, o cenário era de um escritório futurista, trazendo um novo olhar do “corpcore” da nova geração. Porém, o elemento mais moderno apareceu mesmo na passarela: uma cápsula de jaquetas e um trench coat feita de uma nova fibra projetada para substituir o poliéster e outros materiais à base de óleo.
Os produtos são o mais recente experimento em uma parceria estratégica de longo prazo entre a Hugo Boss, controladora da Boss, e a HeiQ AeoniQ, uma empresa de inovação de materiais que desenvolveu um fio à base de celulose que diz ser infinitamente reciclável, biodegradável e capaz de competir com os têxteis movidos a combustíveis fósseis em termos de desempenho.
Para Hugo Boss, a cápsula é um pequeno passo no caminho para um objetivo muito maior de eliminar totalmente o poliéster e o nylon das coleções do grupo até 2030, disse Dorothee Niebergall, chefe de estratégia de grupo, sustentabilidade e inovação da Hugo Boss.
Mas a empresa ainda não tem certeza de como fará isso, segundo reportagem do “BOF”. Apesar do crescente investimento em inovações de materiais, a maioria ainda está a anos de alcançar o tipo de escala que lhes permitiria competir com os baixos preços do poliéster.
Apenas 100 de cada uma das jaquetas Boss lançadas em Milão no mês passado estarão à venda. E com preços que variam de US$ 995 a US$ 1.695 – entre os itens mais caros que a marca vende.
No ano passado, a Hugo Boss investiu US$ 5 milhões na HeiQ AeoniQ, com US$ 4 milhões adicionais em jogo se o material atingir marcos de desempenho específicos. “É a solução mais promissora que temos até agora”, disse Niebergall. “Precisamos encontrar uma fibra alternativa.”