O segundo dia de alta-costura em Paris começa com o desfile da Chanel de Virginie Viard, que no convite e teaser – interpretado pela embaixadora da maison Margaret Qualley – revela um botão como ponto de partida para a coleção. Que os aviamentos da Chanel são sempre um caso a parte não há dúvidas, seja pela riqueza de detalhes ou por serem tratados não somente como itens utilitários, mas sim como uma espécie de ponto bordado iluminando as peças. O olhar expert aos mínimos detalhes é um dos fundamentos clássicos de uma casa de haute couture, e na Chanel essa potência é elevada à maestria.
Ao se pensar em uma expressão artística tão milimetricamente detalhada, o balé logo é a resposta. O amor e dedicação pela dança é parte da essência da marca desde seus primórdios, afinal Gabrielle sempre amou, e a casa hoje patrocina o Balé da Opera de Paris. Colans, meias calça e saias de tule não faltam na leve e ultrafeminina coleção, que conta com silhuetas míni sobrepostas a um jumpsuit colado ao corpo presente em toda a linha – até mesmo na tradicional noiva que encerra a apresentação.
Destaque para as transparências que dão ar de movimento sobrepondo peças decoradas, num jogo de luz e sombra, que só são reveladas no passar ritmado das modelos, ao som da trilha sonora composta por Kendrick Lamar exclusivamente para o desfile.
Em uma passarela circular, com um gigante botão no topo, parecemos pequenos e sentimos que estamos dentro de uma peça da marca. Esse olhar com lupa é um convite para nos deliciarmos com a riqueza de detalhes dos lindos bordados feitos à mão um a um pela Lesage, desde os tradicionais conjuntos de tweeds ao casacos que surgem com bolsos em organza translúcida que nada escondem. Afinal, não se há o que esconder quando se domina a arte de fazer roupas com tamanha precisão!
Veja os destaques: