Quando crueldade com mulheres ultrapassa todos os limites é hora de virar o jogo e buscar uma vida mais digna. “As Polacas”, longa dirigido por João Jardim, estreia nesta quinta-feira (12.12) nas salas de cinema de SP e Rio e trata da prostituição forçada de mulheres polonesas judias que fugiram de suas regiões em busca de uma vida melhor durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Com Caco Ciocler e Valentina Herszage (que também está em “Ainda Estou Aqui”, longa de Walter Sales indicado a melhor filme estrangeiro no próximo Globo de Ouro), o roteiro retrata as dificuldades que essas mulheres passaram ao virem para o Brasil para fugir da perseguição e dos horrores da guerra e da fome na Europa, sem saber o que passariam por aqui.
Rebeca (Valentina Herszage), mulher polonesa que chega ao Rio de Janeiro com o filho em busca de seu marido, que ela não sabe estar morto, acaba refém de uma rede de prostituição liderada por Tzvi (Caco Ciocler). Coibida pela condição frágil em que se encontra, além de desamparada, ela acaba cedendo por conta do filho, que é tomado dela e fica sob a influência de Tzvi.
Na casa em que o cafetão Tzvi mantém várias mulheres aprisionadas para que atuem na prostituição, Rebeca conhece outras polonesas que fugiram em direção ao Brasil e que foram “escravizadas” sexualmente em troca de dinheiro, comida e um lugar para dormir. Só que o preço é muito mais alto do que qualquer uma delas poderia imaginar. Cruel e possessivo, Tzvi, que nem acredita ser tão mau assim, violenta as mulheres e as força a ter relações com homens da cidade que frequentam o prostíbulo.
Na casa, Rebeca acaba conhecendo e se aproximando de Dora Freind, que interpreta Deborah. As duas começam um movimento para tentar se livrar de Tzvi, e juntas protagonizam cenas bastante fortes. O longa ainda traz Otavio Muller, e as atrizes Clarice Niskier, Anna Kutner e Isis Pessino, que interpretam as polacas. O roteiro é assinado por Jacqueline Vargas e Flavio Araújo, e roteiro final de George Moura.
“As Polacas” percorreu festivais nacionais e internacionais, e recebeu prêmios de melhor diretor para Jardim e melhor atriz para Valentina e Dora no Festival de Punta del Leste. Ciocler foi premiado como melhor ator no FESTin, em Lisboa, além do prêmio de melhor som e música no Festival de Oklahoma Cine Latino Film Festival.
Vale muito assistir ao longa de Jardim e ver, além da história real pela qual essas mulheres passaram, as interpretações impecáveis de Valentina, Dora e Ciocler.