Luisa Strina apresenta “Travessia”, individual de Alexandre da Cunha, na sala 1 da galeria. A exposição é o resultado de um novo momento de sua prática, tensionando as capacidades de objetos funcionais entre as esferas pública e privada e marcando um atravessamento da dualidade cultural em seu trabalho.
A exposição abre no dia 2 de abril, terça, das 19h às 21h, e permanece em cartaz até 4 de maio.
A trajetória de Da Cunha, que vive e trabalha entre o Reino Unido e o Brasil, está intrinsecamente relacionada a uma dualidade das referências adotadas – em que a utilização dos objetos retirados do cotidiano reflete seu caráter e uso cultural. “Gosto de pensar nos orelhões como conchas acústicas, onde várias pessoas e histórias passaram — desde ligações para familiares no interior, às declarações de amor e às discussões. Ao contrário de uma cabine telefônica, onde você entra para conversar, o orelhão representa um espaço semi privado, onde a sua fala e seu corpo são parcialmente protegidos, porém permanecem expostos e vulneráveis”, conta o artista.
Entre a capital britânica e São Paulo, o ato de atravessar ganha um duplo sentido: o caminho entre dois continentes – dois contextos culturais, sociais e geográficos diferentes – e, com isso, o cruzamento de uma nova fronteira em sua obra. “Travessia” tornou-se, assim, um movimento contínuo de transformação pessoal e profissional.
A curadora e pesquisadora Luisa Duarte, em texto que acompanha a mostra, escreve: “Na contramão do ethos das cidades gentrificadas que eliminam lugares, objetos e pessoas indesejáveis, na direção contrária de uma época que faz o elogio de corpos e subjetividades eficientes e blindadas, Alexandre da Cunha, com a sua córnea a um só tempo atenta e erotizada, nos endereça a lembrança da insuspeitada dimensão de beleza e poesia, força e coragem, implicada naquilo que habita o mundo deslindando a sua vulnerabilidade”.
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