A Valentino anunciou nesta sexta-feira (22.03) a saída do diretor criativo Pierpaolo Piccioli. Ele estava no comando da casa desde 2016, depois que Maria Grazia Chiuri saiu para a Dior. Um novo responsável será nomeado em breve. “Sou grato a Pierpaolo pelo seu papel como diretor criativo e pela sua visão, compromisso e criatividade que trouxeram a Maison Valentino ao que representa hoje”, disse o CEO Jacopo Venturini.
Ao todo, Piccioli passou 25 anos na Valentino, entrando como designer de acessórios, em 1999. Ele se manifestou dizendo que “nem todas as histórias têm começo ou fim, algumas vivem uma espécie de presente eterno que brilha tanto que não produz sombras”.
“Tudo existiu e existe graças às pessoas que conheci, com quem trabalhei, com quem compartilhei sonhos e criei beleza, com quem construí algo que é de todos, e que permanece imutável e tangível. Essa herança de amor, de sonhos, de beleza e de humanidade, carrego comigo, hoje e sempre. Esta é a beleza que criamos: vida, esperança, oportunidade e gratidão, e meu povo, meu coração, e o amor que te dá todas as possibilidades do mundo, principalmente aquelas que você não poderia imaginar sozinho”, afirma em comunicado.
Sua direção criativa na Valentino foi marcada por várias transformações. Ele rejuvenesceu a marca com volumes e cores, como o icônico Pink PP, um tom vibrante de rosa criado em conjunto com a Pantone para a coleção de inverno 2022, e introduziu mais opções para o dia a dia, com influências do streetwear. Sob sua direção criativa, a Valentino ainda se aproximou de celebridades, escolhendo nomes como Zendaya, Lewis Hamilton e Suga, do BTS, para serem embaixadores.
Nas passarelas, também promoveu mais diversidade do que estamos acostumados a ver nas semanas de moda internacionais. No desfile de verão 2019 de alta-costura da marca, 39 modelos negras apresentaram a coleção, cheia de formas, texturas e cores vibrantes. Foi tão potente que Naomi Campbell – que fechou o desfile – e Céline Dion chegaram a chorar.
Pierpaolo também sabia se renovar. Depois do boom causado pelo PP Pink, apostou no branco para o verão 2023, com uma coleção fresh, rica em detalhes e que demonstrou sua maestria até em peças simples como uma camisa branca. A coleção de inverno 2024, “Le Noir”, focou no poder e exuberância da cor preta.
Os rumores são de que a holding de investimentos Mayhoola, dona da Valentino (a Kering tem 30% das ações), poderia estar considerando Alessandro Michele, que saiu da Gucci no final de 2022, ou a própria Chiuri para substituir Piccioli.