A Hermès está sendo acusada de praticar vendas casadas em ação coletiva nos EUA.
Dois compradores da Califórnia alegam que foram obrigados a comprar produtos auxiliares de outras categorias (como vestuário, lenços e artigos para casa da marca) antes de serem autorizados a comprar as tão procuradas bolsas Birkin.
Os advogados dos demandantes alegam que a Hermès viola as regulamentações antitruste dos EUA, que definem certas práticas de agrupar produtos ou vinculá-los a outras compras como um abuso de poder de mercado.
“O produto vinculado, as bolsas Birkin, é separado e distinto dos produtos vinculados, os produtos auxiliares que devem ser adquiridos pelos consumidores”, diz a denúncia. “Os demandantes têm opções alternativas para os produtos auxiliares e preferem escolher entre eles independentemente da sua decisão de comprar bolsas Birkin”.
A denúncia aponta a estrutura de comissões da empresa para os vendedores como prova do suposto esquema: os funcionários da loja não recebem comissão pelas bolsas Birkin e, como tal, são compensados com base na eficácia com que promovem outros estilos ou categorias, de acordo com a denúncia.
Em blogs de bolsas e nas redes sociais, os compradores da Hermès relataram durante anos que, à medida que a empresa (e a demanda por suas bolsas icônicas) cresceu, os vendedores tornaram-se cada vez mais rigorosos em oferecer Birkins e Kellys apenas para clientes que compram pesadamente em outras categorias.
A Hermès nega a prática: “A Hermès proíbe estritamente qualquer venda de certos produtos como condição para a compra de outros”, disse a marca ao “BoF” no ano passado. O CEO Axel Dumas reconheceu, no entanto, que as lojas são encorajadas a examinar os compradores e a vender as bolsas apenas a clientes “reais”, à medida que a empresa procura impedir uma explosão de revenda dos seus produtos.