O Ministério da Cultura apresenta a quarta edição do NaLata, um festival internacional de arte que acontece até o dia 4 de novembro, em São Paulo, com a participação de 14 artistas, que irão expor suas obras em empenas, murais, contêineres e instalações artísticas, pelas regiões de Pinheiros, Vila Madalena e Parque Villa-Lobos.
“A quarta edição do NaLata é um marco significativo. Unimos o trabalho de artistas novos e consagrados em prol da arte, que é uma poderosa ferramenta de resistência, e firmamos nosso compromisso com a cidade de São Paulo de que a arte é para todos. A região tem se tornado um centro de destaque e referência mundo afora”, comenta Luan Cardoso, curador artístico do NaLata.
Integrando o grupo de convidados internacionais desta edição, o pintor e escultor espanhol Okuda é conhecido por misturar cor e geometria com formas orgânicas para criar uma simbologia evocativa. Ele também produz trabalhos em tela, incorporando elementos de bordado e colagem. Para Okuda, o que torna mais especial trabalhar na rua é descobrir novos lugares, transformá-los com pinturas e esculturas, e se inspirar nas pessoas que lá vivem.
O pintor e muralista português Vhils, considerado um dos mais inovadores artistas da sua geração, também participa do festival, com seus poéticos e comoventes retratos gravados em paredes. Em seu trabalho, ele desenvolve uma linguagem visual única com base na remoção das camadas superficiais de paredes e outros suportes, utilizando materiais que a cidade rejeita e técnicas não convencionais. Vhils reflete sobre o impacto da urbanidade, do desenvolvimento e da uniformização global sobre as paisagens e a identidade das pessoas. Na prática, ele destrói para criar.
O francês e autodidata JonOne irá apresentar técnicas de pincéis e gotejamentos, em mais uma de suas produções, que fogem dos códigos visuais tradicionais do movimento do graffiti. Seu fascínio pela arte de rua surgiu na juventude, quando ele viu os graffitis que estampavam os vagões do metrô e as ruas da cidade de Nova York.
Representando o Brasil está a artista sorocabana Dai, com a pintura de mural em tinta acrílica Primeira vez na praia, que representa um registro do seu primeiro contato com a praia, aos 12 anos. “Uma das primeiras pinturas que produzi, inspirada nos relatos dos diários de adolescência, trazendo a menina escondida embaixo do guarda-sol numa releitura colorida, potencializando os traços de cor, corpo, autoestima e descoberta da negritude pela vida adulta. É a representação da busca pela liberdade nas coisas simples de ser no mundo – o que se é”, explica Dai.
Também integra a programação do festival, como convidado, o carioca Mulambö, com a obra “Tudo Nosso”. Em seus trabalhos ele utiliza símbolos e signos da cultura popular e busca uma refundação das narrativas que cercam as manifestações do povo. “Duas crianças segurando cada uma a metade de uma folha de palmeira. Um menino e uma menina figurarão como símbolos de resistência e celebração da riqueza cultural das periferias do Brasil e cada um carrega em sua mão uma metade de um todo que é do povo. É Tudo Nosso”, detalha Mulambö.
Com uma trajetória consistente focada na captura de manobras de skate realizadas em cenários urbanos, o paulista e fotógrafo editorial Renato Custodio ocupará o Largo da Batata com uma obra temporária “skateável”, apresentada pela marca Tiger, que servirá como suporte para o público fazer suas próprias manobras.
Este ano, a grande novidade foi a abertura da seletiva nacional para artistas interessados em participar do NaLata. Entre os nomes escolhidos estão o artista visual e muralista Rafael Highraff, a muralista e pintora Carla Duncan e a designer, muralista e artista visual Crispa, para a pintura de empenas. Os murais de rua ficarão por conta do muralista, curador de arte urbana e designer Flip, da artista visual Mariê e da ilustradora e designer Amanda Lobos.
As empenas poderão ser conferidas nos seguintes endereços:
Amanda Lobos – Av. Brigadeiro Faria Lima, ao lado do nº 822;
Carla Duncan – Rua Fernão Dias, 467;
Crispa – Rua Mourato Coelho, 50;
Dai – Rua Padre Carvalho, 780;
Flip – Av. Brigadeiro Faria Lima, ao lado do nº 822;
JonOne – Rua Pedroso de Morais, 808;
Mariê – Parque Villa-Lobos;
Mulambö – Rua Pedroso de Morais, 684;
Okuda – Av. Brigadeiro Faria Lima, 558;
Rafael Highraff – Parque Villa-Lobos – Caixa d’água;
Renato Custodio – Rua Fernão Dias, 628 (Casa NaLata – obra temporária);
Vhils – Av. Brigadeiro Faria Lima, ao lado do nº 822.