Rosita Missoni, uma referência fundamental para a família Missoni e cofundadora da marca, morreu nesta quinta-feira (02.01), aos 93 anos. Ela conheceu o marido Ottavio, conhecido como Tai, em 1948, quando ele competia nas Olimpíadas de Londres.
Eles se casaram em 1953 em Golasecca e se estabeleceram em Gallarate, ambas cidades da Lombardia. Naquele ano, em Gallarate, o casal montou uma pequena oficina de malhas que chamaram de Maglificio Jolly.
Tai Missoni começou a se interessar pela moda seis anos antes, quando, junto com seu amigo e companheiro de equipe Giorgio Oberweger, produziu agasalhos de lã para serem usados pela equipe olímpica italiana em Londres. Seu treinador tinha uma pequena empresa de tricô em Trieste, uma cidade no nordeste da Itália, e juntos fizeram os primeiros agasalhos de lã.
Os Missonis eram frequentemente descritas como “gênios das cores” e foram os primeiras a fazer separações coordenadas em padrões diferentes, como um top em zigue-zague com uma saia de bolinhas, por exemplo.
Os padrões em ziguezague surgiram como resultado do uso de tecnologia que eles não haviam experimentado antes. “Só podíamos fazer listras, depois começamos a fazer horizontais e verticais e aos poucos acrescentamos pontos mais complicados, xadrezes e jacquards”, lembra Rosita. “Aí encontramos as máquinas Raschel que fazem o ziguezague e pronto. Meus avós os usavam para fazer xales bordados multicoloridos com grandes padrões de rosas e longas franjas, todos feitos à mão, do tipo que você usa em abajures.”
Enquanto construíam juntos a empresa Missoni e expandiam a marca em todo o mundo – famosamente patrocinada por Diana Vreeland nos EUA – o casal partilhava a crença em permanecer artesãos e crescer a um ritmo sustentável. “Tai diria, por que trabalhar mais se não temos tempo para aproveitar e gastar o que ganhamos?”, recorda Rosita.