Mayari Jubini sempre teve a moda em seu coração. Em entrevista exclusiva ao CHNews, a estilista da Artemisi lembra que sempre sonhou em ser do ramo. “Encontrei na arte um meio de me expressar. Cresci em uma casa com muitas turbulências e eu, desde criança, me encontrei na criação. O que faço é de fato uma arte, pois eu me expresso por meio da moda. Eu faço roupa para me sentir viva”, conta.
A diretora criativa começou a trabalhar cedo, aos 14 anos, em um supermercado. Logo que entrou para a faculdade de moda, mudou de emprego para ser vendedora de roupas. “Tinha 17 anos quando cheguei para a dona da loja e disse que sabia criar e desenhar. Peguei um lápis, um papel, desenhei e ela amou – inclusive fez os vestidos para vender”, recorda. Foi a sua primeira experiência profissional.
May, como é chamada, logo foi trabalhar em um ateliê de noivas como criativa, mas sempre mantendo em mente que queria ter sua própria marca. “Foi uma grande escola para mim. O ateliê tem uma técnica muito avançada, rebuscada, com peças bem estruturadas e em muitas camadas, que é como eu trabalho hoje”, diz.
Finalmente ela inaugurou a Artemisi em 2020, com muito esforço. “Eu não tinha recurso para ter uma produção. Comecei vendendo online e, se alguém me encomendasse um top, eu ia lá comprar o tecido. Não tinha dinheiro para comprar um monte de matéria-prima. Então eu ia de ônibus e voltava para casa com uma sacola de 20 quilos para fazer o que me encomendavam. Mas estava tão focada, tão determinada em fazer acontecer, que hoje me sinto muito orgulhosa”, afirma.
Atualmente, ela faz exatamente a roupa que gostaria de fazer, e o sucesso veio de forma orgânica. “Com poucos meses de marca a Pabllo Vittar já tinha usado a Artemisi para um show. Depois veio Ludmilla e a Luisa Sonza. Acabei conquistando muitos artistas”, enumera. “Logo as clientes começaram a pedir peças encomendadas, por exemplo, algo que eu já tinha feito, só que em outra cor. Acabei recebendo muitos pedidos e sigo assim até hoje. Às vezes lanço uma minicoleção, mas o foco segue o sob medida.”
Também foi orgânico o crescimento internacional, depois que Katy Perry e Demi Lovato apareceram com suas roupas. “Hoje recebo pedido do mundo inteiro”, comemora. “Estou fazendo com que os estrangeiros olhem para a moda brasileira com admiração. A gente passou anos olhando para fora, agora eles vão olhar para cá”, decreta.
Sobre o mercado da moda, May defende que não há investimento de nenhuma parte. “A moda é uma das indústrias que mais emprega no Brasil, mas mesmo assim não olham para ela com o devido respeito. O fato é que o criador brasileiro está se desdobrando, dando o sangue para o negócio dê certo, mesmo sem nenhum respaldo.”
Para o futuro, May gostaria de abrir um showroom fora do Brasil, para seguir firme no propósito de internacionalização da marca. Aqui no país ela tem uma ateliê onde desenvolve todas as peças e recebe clientes para fitting, quando necessário.
No que depender do empenho da estilista, a Artemisi vai muito, mas muito longe!