O Instituto de Arte Contemporânea (IAC) lança o catálogo da exposição “Rascunhos – Arnaldo Antunes”, além de um seminário no dia 29 de novembro de 2024 (sexta-feira), das 17h às 20h, com a participação do multiartista Arnaldo Antunes e o curador Daniel Rangel. No dia seguinte, 30 de novembro de 2024 (sábado), das 11h às 13h, haverá visitas guiadas e conversas voltadas ao público em geral e estudantes com o curador.
O catálogo conta com 80 páginas e registra as camadas interpretativas da exposição por meio de textos assinados por Rangel e pela instituição, além de imagens capturadas no espaço expositivo, e anexo “Arqueologia de um Poema”, um mergulho no íntimo processo criativo de Arnaldo Antunes com páginas preenchidas com rascunhos e traços do caderno do artista. É uma narrativa visual que desvela os fragmentos, as hesitações e as escolhas que transformam ideias em poesia.
Na ocasião, também será lançada a echarpe Longe, com arte inspirada na obra apresentada em LED na fachada do espaço, originada de um poema. Tem tiragem limitada de 100 unidades e toda a renda é destinada para a manutenção das atividades do instituto. Valor de R$ 700 (pré-venda exclusiva para os Amigos do IAC até 29 de novembro elo [email protected]).
A mostra faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, que tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal, e segue em cartaz até o dia 07 de dezembro de 2024. O curador reuniu cerca de 500 itens, entre as obras de Antunes e do acervo.
Os escritos originais de Antunes se tornam o ponto de partida para diálogos visuais, processuais, materiais e temáticos com o acervo documental do IAC. Um conjunto composto por cadernos, anotações, desenhos, colagens, esboços e maquetes de Antonio Dias Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Luiz Sacilotto, Regina Silveira, Sérgio Camargo e Willys de Castro. A seleção cruzou nomes das artes visuais, da poesia e do design refletindo parte da riqueza do acervo do IAC e ainda a capilaridade da produção de Antunes.
“O Arnaldo é um exemplo claro de um grupo de artistas visuais e poetas (que envolvia também músicos e compositores), que produziu um conjunto de obras resultado do encontro de linguagens (poema, música, literatura, design) que ocorreram a partir da década de 1950”, afirma o curador, que já trabalhou com o músico em outras quatro ocasiões.
Os trabalhos inéditos são, na sua maioria, realizados em técnica pintura escrita, tendo como o suporte principal o papel, seja ele em sulfite, canson, sulfite off-white e folha de moleskine, sendo que alguns têm no seu processo de finalização o computador. A seleção dos “rascunhos” do IAC foi pautada pela similaridade, seja visual, seja rítmica, seja pelo “modus operandi”, seja pela abordagem desses achados. Experimentos, acasos, junções, metodologias, projetos, excessos e vazios compartilhados.
A obra de Antunes é caracterizada por uma pluralidade de combinações entre imagem e palavra, nas quais a linguagem é constantemente moldada e ressignificada. Sua poesia visual é construída com a palavra como matéria-prima, explorando suas nuances sonoras e visuais para criar um impacto duradouro. Essa diversidade artística revela uma singularidade resultante do diálogo entre recursos, tendências e modos de expressão variados.
IAC – Avenida Dr. Arnaldo, 120/126, Consolação, São Paulo, SP.