O consistente elo sonoro construído por Maria Beraldo em seu novo álbum, “Colinho”, vai ser transposto para novo contexto. Depois de celebrada estreia digital, o aguardado disco, lançado seis anos após o primeiro trabalho da artista, vai ganhar agora os palcos. Num arco que vai diluindo as fronteiras entre o free jazz, o pop, o samba, o choro, o folk, o punk, o funk, Maria celebra ao vivo as 11 canções – dez delas próprias – do novo disco, agora incluindo novas colaborações para o palco. No show, no Sesc Pompeia, dia 4 de dezembro, a artista contará com a importante direção de Felipe Hirsch, em um encontro que Maria cultivou nos últimos anos – há pelo menos cinco, ela é responsável pela direção musical dos espetáculos do diretor. Agora eles têm a oportunidade de mudar de posição.
“Fico pensando nessa mania de lidar com o roteiro de um show, de um disco, que de alguma forma seria influenciada pelo teatro que eu faço, que é influenciado pela minha relação com a música e com as obras que eram feitas com o pensamento de uma história sendo contada. Terão algumas surpresas no show e é um enorme prazer trabalhar no palco do Pompeia, pela forma dele, o que ele tem, pela arquitetura da Lina (Bo Bardi), pela personalidade imensa que aquele espaço tem” pontua Hirsch
O espetáculo dá corpo aos fios que amarram o conceito do álbum, com uma construção cênica-performática que já é marca de Maria – como no show de “Cavala”, antecessor de “Colinho”. Se em “Cavala” a artista simbolicamente fincou os dois pés no chão para levantar uma bandeira, em “Colinho” ela solta os pés, percorre diferentes universos e sente a liberdade de transitar, transicionar, transformar.
No palco, a artista é acompanhada por dois instrumentistas de peso: Fábio Sá e Sérgio Machado e, e em trio, eles irão transitar por uma instrumentação diversa, revezando-se entre piano, baixo, synths, guitarra, clarinetes e bateria. A direção musical é da própria Maria.
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93, Pompeia, São Paulo, SP.