O Parque Augusta, localizado no centro de SP, recebe, a partir deste sábado (09.11) , a 13ª Mostra 3M de Arte, com o tema “Interespécies: Cruzando Mundos”. A exposição, gratuita, é formada por obras de sete artistas, entre eles cinco indígenas, e estará aberta para visitação até o dia 8 de dezembro de 2024. A curadoria desta edição é de Aline Ambrósio com realização e idealização da Elo3.
Ernesto Neto, escultor e artista plástico premiado internacionalmente, expõe dois mundos entrelaçados entre as culturas afro e indígena. A escultura de contemplação imersiva ‘Teia do bicho tempo, quark!” apresenta uma trama entre algodão, crochê, bambu, terras e plantas, remetendo à ancestralidade brasileira e a ideais religiosos.
Karola Braga, uma dos artistas selecionados pelo edital da 13ª Mostra 3M de Arte, criou a instalação sensorial “Iapoti’kaba”, uma espiral de aromas que captura o ciclo vital da jabuticabeira. A obra reflete a conexão entre vida e morte e traz memórias de infância da artista, quando a jabuticabeira era uma descoberta e um refúgio.
Luana Vitra, artista plástica e performer, retrata na escultura “Ferramenta para o Fim da Fome a relação entre povos e espécies”, usando minerais, ferro e bronze. A obra investiga a conexão emocional com paisagens de parques. A artista expôs na última Bienal de São Paulo.
Mônica Ventura, também vencedora do edital da 13ª Mostra 3M de Arte, apresenta “Raia”, uma instalação em escala feita de bambu e terra. A obra convida o visitante a refletir sobre as inter-relações, os espaços ocupados e suas funcionalidades, explorando possibilidades de construção de novos lugares.
Olinda Tupinambá, artista indígena da Bahia, exibirá o Projeto Kaapora, seis esculturas feitas com materiais do reflorestamento de sua região natal, como enxadas e martelos. As obras propõem reflorestar o imaginário e refletir sobre o desmatamento. Uma das peças envolve a colaboração dos povos indígenas Guarani Mbya da Aldeia Kalipety (Terra Indígena Tenonde Porã).
Ziel Karapotó, artista indígena, participará da abertura da mostra, destacando-se na cosmologia ao ativar as obras de Olinda Tupinambá em um ritual místico. A apresentação estabelecerá conexões entre as culturas indígenas e as diásporas africanas.
Mahku (Movimento dos Artistas Huni Kuin), criou no Parque Augusta a “Casa Kaxinawá Huni Kuin”, cujo acervo inclui cerâmica, pinturas de Manku e a escultura da Cobra-Grande. A instalação, com quatro metros de diâmetro, promove a desaceleração do tempo e a conexão com outros cosmos. Os visitantes podem contemplar e imergir imersos na temporalidade indígena para momentos de repouso e reflexão.
Parque Augusta – Rua Augusta, 200, Consolação, São Paulo, SP.