No ano em que se completam 100 anos do Manifesto Surrealista, a Galeria de Arte André abre, no dia 28 de setembro, sábado, às 11h, a exposição “Surrealismo, 100 – A mão, o olhar e a ideia em movimento”. Com curadoria de Mario Gioia, a mostra apresenta cerca 50 obras de arte, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, além de 50 itens, entre fotografias e documentação, como livros e catálogos de artistas surrealistas brasileiros e estrangeiros.
Entre os destaques, estão obras originais de Salvador Dalí, um dos mais representativos artistas do surrealismo. São cinco litografias do artista espanhol, dentre elas, “La Divina Commedia: Inferno”, da década de 1960, além da escultura “Persistência da Memória”, de 1981, representando uma de suas obras mais icônicas, com seus famosos relógios derretendo.
Além dele, há uma obra original de Joan Miró, pintor e escultor espanhol, também representante do surrealismo, com “Mujer ante el” sol, feita nos anos 1950. Considerado um dos precursores do surrealismo, o italiano Giorgio de Chirico também integra a exposição com a obra “Il Trovatore con la luna”, uma das mais importantes dele, dos anos 1970.
Além dos grandes nomes, a exposição lança, segundo Gioia, “um olhar mais aprofundado sobre a própria história da galeria, já que, em mais de seis décadas de atividade, exibiu, trabalhou e mantém produções de artistas ligados à corrente”, afirma o curador.
“Muitos artistas que tiveram exposições individuais na galeria, no final dos anos 1970 e início dos 1990 não foram prestigiados na história da arte brasileira. Agora estamos vivendo uma retomada do surrealismo, em função deste centenário, e vivendo um novo ciclo dedicado a ele”, completa Gioia.
Artistas que tiveram individuais na história da galeria, como o pintor argentino Eduardo Torassa (1987), Roni Brandão (1983) e Philip Hallawell (1976), poderão ser vistos agora.
Pode ser vista também, na exposição, uma série inédita do artista nipo-brasileiro Michinori Inagaki (1943-2022), com um conjunto de telas que passeiam pelo fantástico, tema não muito utilizado pelo artista, que já teve obras expostas em três edições da Bienal de São Paulo.
Outros trabalhos pouco vistos de artistas que tiveram participação importante na galeria entre os anos 1970 e 1990, e bastante incensados no circuito internacional, como o pintor brasileiro Octávio Araújo (1926-2015) e o pintor italiano Vito Campanella (1932-2014), podem ser vistos na exposição.
Também serão mostradas peças pertencentes a colecionadores e instituições, assinadas por nomes de peso como Marcello Grassmann (1925-2013) e Fernando Odriozola (1921-1986).
Galeria de Arte André – Rua Estados Unidos, 2.280, Jardim Paulistano, São Paulo, SP. Até 26 de outubro de 2024.