A galeria Millan anunciou sua nova representada: a cearense, radicada em SP, Beatrice Arraes. Sua prática se dá sobretudo na pintura a óleo sobre tela ou madeira. Seja em paisagens naturais ou urbanas, as imagens criadas por Beatrice se relacionam ao campo da memória e ao mundo interior.
Sua obra acumula gestos mnemônicos – técnica que ajuda a memorizar informações – ao incorporar fragmentos de pinturas de fachada e o trabalho de letristas e cartazistas, práticas que parecem resistir à passagem do tempo e ao avanço tecnológico.
As técnicas empregadas pela artista, como a construção de contrastes pela sobreposição e a consequente retirada de camadas de tinta ou, ainda, as incisões que faz na madeira, revelam os diferentes momentos que formam a imagem e podem ser compreendidas como prospecção ou escavação.
Desse modo, suas obras se constituem em constante negociação: entre tempos, experiência e memória, nitidez e turvação, além de repor dinâmicas próprias aos ambientes observados pela artista.