Com informações da AFP
A aquisição da cadeia britânica de produtos de beleza The Body Shop pelo fundo de investimentos Auréa foi finalizada no sábado (07.09). O novo controlador não prevê, por enquanto, fechar lojas da marca.
A aquisição põe fim a meses de incertezas em torno da rede de produtos cosméticos, conhecida pelos seus compromissos éticos, que pediu falência em fevereiro.
Charles Denton, ex-CEO da perfumista britânica Molton Brown, assumirá a gestão da rede; e Mike Jatania, cofundador da Auréa, será o presidente da companhia.
O futuro CEO disse estar “muito entusiasmado em liderar esta marca que admira há anos”, e reconheceu que “revitalizar a sua atividade exigirá uma ação corajosa.”
Antes de declarar falência em fevereiro, a The Body Shop empregava aproximadamente 7 mil pessoas em todo o mundo, incluindo 2,2 mil no Reino Unido. A empresa anunciou o encerramento de mais de 80 das suas 198 lojas no Reino Unido e a eliminação de mais de 750 empregos no país.
Este procedimento afetou apenas o Reino Unido e não o resto da rede global da marca.
Os administradores judiciais da The Body Shop International chegaram em julho a um acordo de exclusividade com o consórcio de investidores liderado pelo grupo Auréa.
A The Body Shop foi fundada em 1976 em Brighton, no sul da Inglaterra, pela empresária britânica Anita Roddick, pioneira na criação de cosméticos ecológicos, não testados em animais, e defensora do comércio justo.
A L’Oréal comprou a marca em 2006 por cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões), quando esta estava no auge do seu sucesso. No entanto, a carismática empresária, falecida no ano seguinte, foi criticada por esta decisão, acusada por alguns de “fazer um pacto com o inimigo.”
A marca começou a declinar pouco depois, ao enfrentar a concorrência de outras grifes que também reivindicavam uma abordagem mais ética.
A empresa foi posteriormente adquirida em 2017 pela brasileira Natura e, no final de 2023, pelo fundo de investimento alemão Aurelius, por aproximadamente um quarto dos US$ 1,1 bilhão (R$ 6,1 bilhões) que o grupo brasileiro tinha pago em 2017.