Paraibana, a beauty artist Maxi Weber – que completa 51 anos nesta terça-feira (16.07) – chegou a São Paulo com dois anos de idade. Aos nove, já entregava jornal ao lado do pai, aos 14 era office boy e aos 21 entrou para um curso de cabelo que definiu o começo de sua carreira na beleza.
“Na época, para ser profissional de cabelo precisava ser completa: cortar, secar, tingir, fazer permanente, fazer tudo. E eu virei essa profissional”, conta. O universo da maquiagem era familiar, já que como filha de uma revendedora de cosméticos, ela acompanhava a mãe em reuniões e produzia conhecidos no bairro em que cresceu na zona leste paulistana. Mal ela sabia, mas a união de todas essas habilidades seria justamente a porta de entrada para realizar o maior sonho de sua vida: conhecer Naomi Campbell.
“Foi como se eu estivesse num sonho. Voltei lá nos meus 14 anos, naquela batalha, aquela dúvida de se ia conseguir ou não”, conta sobre a ocasião em que assinou a beleza da modelo pela primeira vez. “Eu fiz a maquiagem, o cabelo e ainda fiz o vento para a foto. Ela achou um absurdo. Ali eu conquistei ela.”
Além de Naomi, ela já assinou a beleza de nomes como Lenny Kravitz, Cara Delevingne, Rita Ora, Candice Swanepoel, Taís Araújo, Hebe Camargo e Karlie Kloss. A essa altura, era requisitada pelas maiores revistas do país e assinava editoriais internacionais. “Em 2006, fiz minha primeira capa de Vogue Espanha com a Isabeli Fontana. Ela foi minha fada madrinha, me chamou para fazer essa capa e nessa época tudo aconteceu, fiz minha primeira capa de Vogue Brasil com a Michelle Alves. Ali eu nasci. Eu conseguia fazer uma supermodel e fazer com que ela gostasse da pele, do olho, da boca.”
Seu impacto transcende a beleza e atinge questões sociais e raciais. “Você olha um grupo na moda e não tem um negro, uma negra. Travesti então… Acho que fui a primeira gay a contratar mulheres, ter assistente mulheres. Mas nenhuma delas contrata travestis nem pretas, pouquíssimas. Se a gente exige algo, por que a gente não faz? Então eu mesma comecei a fazer. No último curso que dei, tinham sete travestis, que levei para o desfile da Forca, no São Paulo Fashion Week”, conta Maxi, que passou pela transição de gênero durante a pandemia.
Em breve, ela inaugura mais um projeto, o “Werk It”, reality show do canal E! que vai consagrar o melhor image maker do Brasil. “São 21 participantes, com sete grupos de maquiadores e maquiadoras, cabelereiros e stylists. Escolhemos uma pessoa que entende de tudo, criando uma imagem com a proporção perfeita, que é o que eu sempre fiz.” A estreia deve acontecer entre o fim deste ano e o início de 2025.