Em celebração a um ano de atividades, a MITS Galeria abre as portas em 27 de junho, no bairro do Jardins, em São Paulo, com a individual “Jazzmatazz – todos meus manos ouvemjazz” do artista Pegge. Para a abertura, o artista vai apresentar 15 obras inéditas, cujo foco é uma temática que ele considera um dos pontos mais importantes em suas abordagens: a recuperação do jazz enquanto um movimento voltado pessoas periféricas e o de poder inserir, nesse cenário, a questão do pertencimento de ambas as partes. Sob a curadoria de Carollina Lauriano, a mostra segue em cartaz na galeria até 10 de agosto.
Pegge, cria da Zona Leste paulistana, encontrou seu caminho na música, principalmente no jazz e, também, na arte. Um caminho sem volta para um perfil que já nasce estereotipado e julgado apenas pelo local onde viveu e que, contrariando todas as más expectativas, encontrou no jazz, segundo Carollina, a rota para a erudição. “Para sua nova exposição individual, o artista Pegge se debruça em criar um universo pictórico que apresenta como o gênero musical do jazz foi um precursor revolucionário para a comunidade negra, e como suas bases seguem inspirando as novas gerações do rap, trap e funk. Para além de só uma imersão no estilo musical, a exposição coloca a biografia do próprio artista em relação aos grandes nomes da música, como Sun Ra e Miles Davis, mostrando como a cultura marginal alicerçou grandes movimentos culturais”, diz.
Entre os trabalhos que serão apresentados na mostra, destaque para “Inspirações de Sun Ra” que, segundo conta Pegge, “era um músico de jazz que acreditava ser um ser de outro planeta, espaço e tempo, e falava em suas músicas e composições sobre filosofias cósmicas e um pioneiro do movimento Afrofuturista.” Nesta obra, o artista sintetiza elementos que Sun Ra falava ser suas inspirações. Em uma entrevista ele cita: “os planetas, o criador, deuses místicos, deuses reais, pessoas, flores, tudo na natureza e todos os músicos são inspirações pra mim.”
“Mesmo se apresentando como uma entidade de outro planeta, ainda assim, ele se inspirava em coisas mundanas, coisas que estavam a seu redor. Na obra, sintetizo Sun Ra como uma criança, mostrando a beleza e importância de se olhar em volta para se inspirar. Coisas simples viram grandiosas quando estamos aptos a absorvê-las como tal. Assim nasce a obra ‘Inspirações de Sun Ra’”, explica Pegge.
Para Roger Supino, 19, e Guilherme Giaffone, 22, sócios à frente da MITS, é um dos momentos profissionais mais importantes para ambos, é a realização de um sonho, como conta Roger. “Estamos em um momento bastante especial, de transição e, ao mesmo tempo de ampliação da MITS. Temos certeza de que estamos no caminho certo, pois com apenas um ano de trabalho, já conseguimos abrir nosso segundo endereço.”
MITS Galeria – R. Padre João Manoel, 740, Jardins, São Paulo.