A galeria Nara Roesler Rio de Janeiro convida para a abertura, no dia 20 de junho, da exposição “Outros Carnavais”, com trabalhos do artista Alberto Pitta (1961, Salvador), que com suas serigrafias revolucionou as fantasias do Carnaval da Bahia, onde é figura central. No dia da abertura, às 19h, haverá uma conversa com Alberto Pitta e o curador, Vik Muniz.
Com curadoria de Muniz, seu amigo há 24 anos, a mostra faz um apanhado histórico de sua produção ao longo de mais de 40 anos, junto a vários blocos – como o Olodum, do qual foi diretor artístico de 1984 a 1997- , com tecidos, matrizes antigas e esboços, além de uma parte documental, com cadernos e livros de que participou, como “Gilberto Gil – Todas as Letras” (Cia. Das Letras).
O segundo andar da galeria será dedicado aos seus trabalhos recentes e inéditos – pinturas em serigrafia e tinta sobre tela, com predominância de tons de branco, que remetem aos bordados em ponto Richelieu que a mãe do artista fazia. A exposição conta ainda com uma instalação, na claraboia da galeria, composta por amostras de tecido de seu acervo de mais de três décadas.
“Quero que as pessoas vejam o tamanho deste artista, e o que ele vem fazendo há mais de 40 anos”, afirma Muniz. “Ele já expôs na Alemanha, em Sidney, em muitos lugares. Esta mostra pode ser importante para ele, mas é mais ainda para o mundo da arte”, destaca . “Não estou fazendo nenhum favor a ele com esta mostra no Rio. Estou fazendo um favor para quem não conhece seu trabalho”, afirma o curador.
Alberto Pitta e Vik Muniz se conheceram em 2000, na exposição “A Quietude da Terra: vida cotidiana, arte contemporânea e projeto axé”, que reunia artistas baianos e internacionais, com curadoria de France Morin, no Museu de Arte Moderna da Bahia. Desde então mantêm uma amizade próxima.
Vik Muniz diz que, como artista, sempre está muito preocupado em como “a arte se torna relevante, do momento em que transcende o contexto da galeria e do museu e passa a fazer parte do dia a dia das pessoas”. “Isso abriu um enorme diálogo, longevo, entre Pitta e eu”, comenta. “A iconografia dentro do trabalho dele é muito importante, e vai-se aprendendo. É uma cartilha de significados, muitos deles discretos, porque o candomblé não gosta muito de falar, e Pitta vai soltando as coisas de forma homeopática”, observa. “Pitta já invadiu o entorno do cubo branco, e agora nesta mostra queremos contar um pouco de cada coisa que ele fez”, finaliza Muniz.
Nara Roesler Rio de Janeiro – Rua Redentor, 241, Ipanema, Rio de Janeiro. Até 10 de agosto.