Com o anúncio repentino da saída de Virginie Viard da direção criativa da Chanel nesta semana, fica a pergunta: quem deve assumir um dos cargos mais visados da indústria da moda?
A designer francesa, que estava há 30 anos na casa, subiu ao posto em 2019, logo após a morte de Karl Lagerfeld, que notoriamente a descrevia como “seu braço direito e esquerdo”. Apesar das críticas a suas coleções, ela deixa um buraco que não é fácil de preencher. Conseguiu preservar a memória de seu antecessor ao mesmo tempo que renovou os códigos da marca, e o resultado veio em números: 14,3% de aumento de faturamento só em 2023.
Quem é familiarizado com os posicionamentos de Lagerfeld sabe que ele provavelmente gostaria de um nome específico para continuar seu legado neste momento: Hedi Slimane. O “kaiser” era fã assumido e amigo pessoal do atual diretor criativo da Celine, e os rumores sobre sua saída da marca já têm pipocado há algum tempo. Os boatos da entrada de Slimane na Chanel, no entanto, não são de hoje.
Em 2016, a grife chegou a emitir um comunicado oficial negando que faria uma linha masculina com o francês. Acontece que ele foi responsável por uma verdadeira revolução na moda masculina com suas passagens pela Dior Homme e Yves Saint Laurent e provavelmente gostaria de continuar fazendo roupas para esse público, o que levanta mais uma dúvida: a Chanel estaria pronta para se tornar um player relevante nesse mercado?
Outro nome é Pierpaolo Piccioli, que saiu em março deste ano da Valentino. Ainda não está claro qual seria sua próxima casa, e a Chanel pode ser uma opção. Em uma situação parecida está Sarah Burton, que também deixou recentemente a marca onde teve uma passagem inigualável, a Alexander McQueen. Ela e Virginie Viard eram duas das poucas mulheres na direção criativa de casas de luxo, e seu nome poderia ser importante para manter a presença feminina em uma indústria dominada por homens nos cargos mais altos. No entanto, desde que saiu da Alexander McQueen, também circulam rumores sobre a possibilidade de sua ida para a Givenchy.
Opções consideradas menos prováveis são John Galliano (Maison Margiela), Jeremy Scott, que deixou a Moschino no ano passado, e Marc Jacobs, que já expressou seu interesse por uma posição na Chanel. À frente de sua marca homônima há anos, ele provou que seria capaz de gerenciar dois trabalhos ao mesmo tempo com seu período na Louis Vuitton de 1997 a 2014. “Chanel seria o emprego mais assustador do mundo, mas também seria o coup de grâce”, afirmou à New York Magazine em 2005. “Eu adoraria fazer algo diferente do que estou fazendo agora. Se isso é tudo que resta [Chanel], então não é uma coisa tão ruim.”