A partir do dia 29 de maio (quarta-feira), o CCBB RJ apresenta a mostra “Mulheres Mágicas: Reinvenções da bruxa no cinema“. Com curadoria das cineastas Carla Italiano, Juliana Gusman e Tatiana Mitre, a mostra traz 28 filmes que revelam a evolução da figura da bruxa ao longo da história do cinema.
A programação mergulha na complexidade dessa personagem popular, abordando produções de diversas épocas, países e estilos de realização. O público terá acesso a uma ampla gama de representações dos corpos e saberes femininos. Além dos 28 filmes programados para exibição no cinema do CCBB RJ, a mostra, que acontece de 29 de maio a 30 de junho, oferecerá debates, oficinas, sessões comentadas e disponibilizará alguns filmes online.
Os filmes foram cuidadosamente selecionados e divididos em dois eixos: o primeiro revisita o imaginário clássico das bruxas, enquanto o segundo destaca suas reinvenções contemporâneas. Especial atenção é dada aos trabalhos de cineastas mulheres e às perspectivas feministas e anticoloniais. Acompanhando as exibições, será ainda disponibilizado um catálogo digital gratuitamente para o público, no site do CCBB (bb.com.br/cultura).
A sessão de abertura, no dia 29 de maio, às 15h30, será com o longa-metragem mexicano “O espelho da bruxa” (1962), de Chano Urueta, um clássico do cinema gótico e de horror mexicano, com apresentação das curadoras.
Entre as raridades programadas está “As Feiticeiras de Salém” (“Les Sorcières de Salem / The Crucible”), de Raymond Rouleau (1957). Esta coprodução franco-americana é a primeira adaptação cinematográfica da peça clássica de Arthur Miller, “The Crucible”, com roteiro de Jean-Paul Sartre. O filme se baseia em documentos históricos das perseguições às bruxas em Salém, no século 17.
A mostra também destaca obras dirigidas por nomes em ascensão no universo contemporâneo das artes visuais, como o mexicano “Resiliência Tlacuache” (“Resiliencia Tlacuache”), da artista e pesquisadora americana Naomi Rincón Gallardo (que teve obra exposta na 35ª edição da Bienal de SP), e o americano “Wil-o-Wisp”, da artista Rachel Rose, ambos inéditos por aqui.
Outra raridade programada é “Casei-me com Uma Feiticeira” (1942), de René Clair, um filme que inspirou várias produções, inclusive a famosa série de televisão “A Feiticeira”.
Entre os filmes brasileiros, destaca-se “Rami Rami Kirani” (2024) , de Lira Mawapai HuniKuin e Luciana Tira HuniKuin, sobre a força da ayahuasca através das mulheres indígenas Huni Kuin.
Outro bom destaque é “Yaaba”, que será objeto de discussão em uma sessão comentada especial. Vencedor do Festival de Cannes, este filme de Burkina Faso é uma peça cinematográfica significativa que parte de uma abordagem narrativa e temporal distintas.
“Orlando: Minha Biografia Política”, de Paul Preciado, uma adaptação livre do romance de Virginia Woolf, também merece holofote. Este filme, que foi exibido no Festival do Rio e premiado como Melhor Documentário no Prêmio Félix, convida o espectador a repensar as categorias de gênero e os papéis sociais associados, os quais historicamente se entrelaçaram com a ideia da bruxaria. Este terá uma única apresentação na programação.
O nigeriano “Mami Wata”, que questiona o encantamento do mundo e as perspectivas de reencantamento em um contexto de crescente influência colonial, também merece destaque.
Os filmes da mostra têm preços populares (R$ 10 inteira / R$ 5 meia – disponíveis na bilheteria física ou no site do CCBB a partir das 9h do dia da sessão). A oficina e as sessões acompanhadas de debates e comentadas são gratuitas. A programação online estará disponível na página https://www.mulheresmagicas.com de 15 a 29 de junho.
CCBB RJ –